O processo de desmame é cercado por dúvidas e receios, mas especialistas garantem que é possível passar por essa fase de forma acolhedora e tranquila. Recentemente,Bruna Biancardi, namorada de Neymar e mãe da pequena Mavie, desabafou nas redes sociais sobre as dificuldades emocionais do desmame, reacendendo a conversa sobre como esse momento pode ser conduzido com sensibilidade.
Cinthia Calsinski, enfermeira obstetra pela Unifesp e Consultora Internacional de Lactação pela IBCLC, reforça que o desmame não precisa ser um processo traumático. "O momento certo para encerrar a amamentação deve ser decidido pela mãe e pelo bebê, quando ambos sentirem que estão prontos para essa transição," destaca a especialista.
A amamentação, que traz benefícios comprovados para a saúde da mãe e do bebê, é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de forma exclusiva até os seis meses e complementando a dieta até os dois anos ou mais. Para as mães, amamentar reduz o risco de desenvolver câncer de mama, ovário e útero, além de doenças cardiovasculares e diabetes. Para os bebês, o aleitamento diminui a incidência de infecções respiratórias, obesidade e até alguns tipos de câncer.
Formas de desmame
Cinthia explica que o desmame pode ocorrer de diferentes formas:
- Abrupto: quando a amamentação é interrompida subitamente devido a problemas como mastite ou enfermidades.
- Planejado ou gradual: quando a mãe, por motivos como retorno ao trabalho, reduz as mamadas de forma progressiva.
- Gentil ou parcial: as mamadas são substituídas gradualmente por outros momentos de vínculo, como brincadeiras.
- Natural: quando a criança espontaneamente decide deixar o peito.
"Sempre pergunto à mãe qual é sua expectativa em relação ao desmame. Muitas vezes, há a ideia de que o bebê vai dormir a noite inteira ao trocar o peito pela mamadeira, mas isso não é uma regra. O mais importante é que ela se sinta segura de que o vínculo com o bebê não será rompido," esclarece Cinthia.
Nesse processo, a figura paterna pode desempenhar um papel fundamental, ajudando a distrair a criança com brincadeiras, explorando novos ambientes da casa ou auxiliando na introdução de outros alimentos. O desmame não precisa ser um adeus doloroso, mas um olá para novas formas de conexão entre mãe e bebê. O importante é que seja feito no tempo e da maneira que funcione melhor para a família.